o hábito faz o super-herói


Michael Chabon escreveu um ensaio feliz sobre a natureza dos fatos dos super-heróis (de banda desenhada), defendendo que se tratam de objectos tão impossíveis como os seus ocupantes. eles seriam a sua pele secreta, expondo-se e expondo-os na sua transformação, na revelação da história que jaz escondida nos seus corações. no fundo, os fatos ou uniformes (e são tão variados que às vezes quase não existem) são indistinguíveis dos heróis, são o ecrã fantasmático onde se reflecte a sua personalidade, a sua verdade (e a nossa, como leitores) e são portanto irreproduzíveis. apesar dos esforços mais meritórios dos fãs de cosplay.
"Yet our costume conceals nothing, reveals everything: it is our secret skin, exposed and exposing us for all the world to see. Superheroism is a kind of transvestism; our superdrag serves at once to obscure the exterior self that no longer defines us while betraying, with half-unconscious panache, the truth of the story we carry in our hearts, the story of our transformation, of our story’s recommencement, of our rebirth into the world of adventure, of story itself."