começar o pior possível
os prémios (ele há realmente prémios para tudo) Bulwer-Lytton premeiam (tal como o nome indica) as piores frases iniciais possíveis (tal como esta) para livros imaginários (embora isto não seja um livro, mesmo que imaginário), divididos por géneros (literários). desta feita, é o horror que é recompensado, a forma mais semiscarúnfia de se iniciar uma narrativa (felizmente sem continuação) a ser agraciada no pódio da imaginação delirante e doentia - ou meramente ultra-pirosa e divertida. seguem-se algumas das minhas pérolas preferidas da edição deste ano (mas vale a pena ler todas).
- ficção genérica:
Theirs was a New York love, a checkered taxi ride burning rubber, and like the city their passion was open 24/7, steam rising from their bodies like slick streets exhaling warm, moist, white breath through manhole covers stamped "Forged by DeLaney Bros., Piscataway, N.J."
- aventura (segundo prémio):
"Die, commie pigs!" grunted Sergeant "Rocky" Steele through his cigar stub as he machine-gunned the North Korean farm animals.
- prosa cor-de-rosa:
The mongrel dog began to lick her cheek voraciously with his sopping wet tongue, so wide and flat and soft, a miniature pink fleshy cape soaked through and oozing with liquid salivary gratitude; after all, she had rescued him from the clutches of Bernard, the curmudgeonly one-eyed dogcatcher, whose own tongue -- she remembered vividly the tongues of all her lovers -- was coarse and lethargic, like a slug in a sandpaper trenchcoat.
- ficção científica:
Timothy Hanson, Commander of the 43rd Space Regiment in the 52nd Battalion on board the USAOPAC (United Space Alliance Of Planets Attack Carrier) and second in command to Admiral L. R. Morris of the USAOP Space Command, awoke early for breakfast.
inútil será dizer que, depois disto, enterrei definitivamente as minhas aspirações literárias.