o fotógrafo Phillip Toledano vai publicar um livro sobre as mulheres (e homens) mais sexy do mundo.
têm duas coisas em comum: são discípulos de Scheherazade.
e são invisíveis.
deleitem-se com as imagens secretas dos criadores de imagens secretas.
tudo acontecerá a 4 de agosto
david byrne + brian eno ao fim de 30 anos.
acho que chega como comentário, certo?
este é o site onde tudo começará a acontecer, mas hoje ainda não acontece grande coisa, para além de um brevíssimo vídeo a anunciar uma digressão, relva e a oportunidade de se ter uma música à borla. life is good.
(via boingboing)
ler ou não ler, eis a questão
a propósito deste artigo do nyt sobre a cada vez mais premente questão da relação entre leitura e internet, duas ideias luziram no meu espírito obscurecido (certamente ainda pelo cavaleiro das trevas): a primeira tem a ver com a percepção da net como um local onde essencialmente se fala, não onde se escreve; a segunda toca na ferida quando se refere que os mais jovens estão a interagir com o mundo, a comunicar, sem ser exclusivamente através da linguagem.
está toda a gente muito preocupada com a questão da leitura - que não me parece em perigo -, mas eu gostaria de mudar ligeiramente o foco para o outro lado da página, para o lado do autor - é normal que não se queira ler textos muito longos na net por prazer, ela ainda não está configurada como ferramenta para isso por enquanto; o que já não é tão normal é não haver aparentemente nenhuma reacção por parte dos produtores de conteúdo para o aspecto de o meio ser hoje literalmente a mensagem. ou seja, a grande transformação terá de vir deles, dos autores; o conceito de "conteúdo" tem de ser alterado, adaptado às novas plataformas (mesmo na leitura hedonista); o conceito actual de "livro" também. como diz um adolescente americano que passa o tempo na net, {“The Web is more about a conversation,” he said. “Books are more one-way.”}
depois, a questão fascinante não é propriamente a da leitura, mas sim a da linguagem. estamos a assistir ao lento mas inexorável destronar da linguagem (e dos livros stricto sensu) como forma suprema de lidar e interagir com a realidade. o que até agora operava em quase exclusivo através da Arte - o deixar o subconsciente absorver e lidar com o fluxo do real sem interferência de processos racionais, por exemplo - está a decantar-se para o grande meio de comunicação universal e assim a permear a consciência global - o mundo está a deixar de ser uma construcão mental para ser acedido directamente através do som e da imagem. citação de apoio: {Some literacy experts say that reading itself should be redefined. Interpreting videos or pictures, they say, may be as important a skill as analyzing a novel or a poem.“Kids are using sound and images so they have a world of ideas to put together that aren’t necessarily language oriented,” said Donna E. Alvermann, a professor of language and literacy education at the University of Georgia. “Books aren’t out of the picture, but they’re only one way of experiencing information in the world today.”} a estupefacção desta ideia tão simples e óbvia é apenas uma reacção à longa herança histórica das sucessivas políticas de educação societárias da Humanidade, que foram impondo um sistema de castas intelectuais com efectivo poder secular (já há muito tempo que informação é poder) ao abstractizar a relação entre o homem e o seu ambiente. a culpa não é da filosofia, mas da política, a chamada mais nobre das ciências humanas. sem querer (ou poder) ir mais fundo, direi apenas que vivemos tempos fascinantes de mudança e que as novas gerações já estão a ser equipadas para lidar com a(s) sua(s) realidade(s), não necessariamente através da internet, mas através do que a internet já possibilitou, já desencadeou nos seus processos mentais. a internet é/foi/será a emancipadora das cabeças dos miúdos e miúdas que vão gerir esta coisa. só por isso já valeu a pena.
mensagens relacionadas com este tema aqui, aqui e aqui, para quem se quiser dar ao trabalho ingrato.
está toda a gente muito preocupada com a questão da leitura - que não me parece em perigo -, mas eu gostaria de mudar ligeiramente o foco para o outro lado da página, para o lado do autor - é normal que não se queira ler textos muito longos na net por prazer, ela ainda não está configurada como ferramenta para isso por enquanto; o que já não é tão normal é não haver aparentemente nenhuma reacção por parte dos produtores de conteúdo para o aspecto de o meio ser hoje literalmente a mensagem. ou seja, a grande transformação terá de vir deles, dos autores; o conceito de "conteúdo" tem de ser alterado, adaptado às novas plataformas (mesmo na leitura hedonista); o conceito actual de "livro" também. como diz um adolescente americano que passa o tempo na net, {“The Web is more about a conversation,” he said. “Books are more one-way.”}
depois, a questão fascinante não é propriamente a da leitura, mas sim a da linguagem. estamos a assistir ao lento mas inexorável destronar da linguagem (e dos livros stricto sensu) como forma suprema de lidar e interagir com a realidade. o que até agora operava em quase exclusivo através da Arte - o deixar o subconsciente absorver e lidar com o fluxo do real sem interferência de processos racionais, por exemplo - está a decantar-se para o grande meio de comunicação universal e assim a permear a consciência global - o mundo está a deixar de ser uma construcão mental para ser acedido directamente através do som e da imagem. citação de apoio: {Some literacy experts say that reading itself should be redefined. Interpreting videos or pictures, they say, may be as important a skill as analyzing a novel or a poem.“Kids are using sound and images so they have a world of ideas to put together that aren’t necessarily language oriented,” said Donna E. Alvermann, a professor of language and literacy education at the University of Georgia. “Books aren’t out of the picture, but they’re only one way of experiencing information in the world today.”} a estupefacção desta ideia tão simples e óbvia é apenas uma reacção à longa herança histórica das sucessivas políticas de educação societárias da Humanidade, que foram impondo um sistema de castas intelectuais com efectivo poder secular (já há muito tempo que informação é poder) ao abstractizar a relação entre o homem e o seu ambiente. a culpa não é da filosofia, mas da política, a chamada mais nobre das ciências humanas. sem querer (ou poder) ir mais fundo, direi apenas que vivemos tempos fascinantes de mudança e que as novas gerações já estão a ser equipadas para lidar com a(s) sua(s) realidade(s), não necessariamente através da internet, mas através do que a internet já possibilitou, já desencadeou nos seus processos mentais. a internet é/foi/será a emancipadora das cabeças dos miúdos e miúdas que vão gerir esta coisa. só por isso já valeu a pena.
mensagens relacionadas com este tema aqui, aqui e aqui, para quem se quiser dar ao trabalho ingrato.
american psycho
isto não é uma crítica. acabei de ver the dark knight e ainda é difícil ponderar devidamente sobre o que acabei de testemunhar - o que é sempre bom sinal. apenas os filmes que nos abalam são interessantes. e este é bastante mais do que interessante. gostaria de separar desde logo a figura de Batman do filme, ou seja, a personagem de BD tem uma história demasiado longa e já se formaram demasiadas opiniões sobre ela para essa discussão ser aqui relevante; interessa sobretudo ver o filme como ele é, para mais porque há muitos que não conhecem de todo a mitologia do cavaleiro das trevas.
sim, é verdade que o filme de Nolan não reconhece ao herói as suas dimensões pensante e detectivesca, delegando-as sagaz e respectivamente no Joker e em Jim Gordon, quanto a mim as melhores personagens da película, juntamente com Alfred e Rachel em suave segundo plano. Batman está despojado, mas não deixa de ser o catalizador e ponto focal de toda a história. uma história sem heróis. ou com heróis a mais. o filme está pejado de figuras e gestos heróicos, o menor dos quais não será a demonstração de amizade, mas no fim resta apenas Batman, tal um buraco negro que sugou todos os outros actos, todas as outras personagens para dentro das suas trevas. a personagem de Bob Kane criou uma dimensão própria, de espessura inaudita - única razão para explicar que os objectos de schumacher também lá pertençam - e é, para mim, a súmula do que deve ser um super-herói: o avatar do deus humano. para quem ainda não sabe, Batman não possui super-poderes. ele próprio é o super-poder. nolan não é suficientemente bom para carregar esta dimensão mítica na obra - são necessárias imagens específicas para esse fim e este filme é muito económico e pragmático para isso, apesar da sua longa duração; gostaria de ver o que um clint eastwood inspirado faria com o cavaleiro das trevas -, mas, como disse antes, separemos o filme do monstro.
e o que é melhor neste filme? desde logo, o som. esta é uma das grandes razões para se ir ao cinema hoje em dia e a banda sonora deste filme prova-o. depois, a duração. sim, é comprido, mas precisa desse tempo todo para nos fazer sentir devidamente as personagens, sobretudo Jim Gordon/Gary Oldman. depois, os actores. Heath Ledger, Gary Oldman, Maggie Gyllenhaal e Michael Caine. uma das coisas boas que o filme fez foi dar um pouco mais de tempo a Oldman e a Caine, e se Maggie não é uma Megan Fox, ainda bem. quanto ao falecido Ledger, digamos que criou um dos melhores vilões da história do cinema, adoraria tê-lo visto no arkham asylum. depois, mesmo que tangencialmente, o confronto entre a Seriedade de Batman e o Riso do Joker. se Aristóteles tivesse mesmo escrito um tratado sobre o poder do humor e do riso, o Joker teria sido um dos seus mais ávidos leitores - o seu riso mina as delicadas e tortuosas construções morais e só se aguentam as que são tão genuínas na sua obsessão como ele. é pena os diálogos não estarem à altura do desafio ontológico, mas compreende-se: afinal este filme sombrio e aparentemente niilista é para consumo das massas. apenas parece niilista porque aparentemente ninguém ganha, mas afinal é optimista porque soube entrever a natureza do super-homem (não desse, do outro) e ainda bem que ele existe (ou não).
por outro lado, é sempre gozado lembrar que o Batman é interpretado por quem já foi Patrick Bateman.
mensagem final, se ainda não perceberam:
sim, é verdade que o filme de Nolan não reconhece ao herói as suas dimensões pensante e detectivesca, delegando-as sagaz e respectivamente no Joker e em Jim Gordon, quanto a mim as melhores personagens da película, juntamente com Alfred e Rachel em suave segundo plano. Batman está despojado, mas não deixa de ser o catalizador e ponto focal de toda a história. uma história sem heróis. ou com heróis a mais. o filme está pejado de figuras e gestos heróicos, o menor dos quais não será a demonstração de amizade, mas no fim resta apenas Batman, tal um buraco negro que sugou todos os outros actos, todas as outras personagens para dentro das suas trevas. a personagem de Bob Kane criou uma dimensão própria, de espessura inaudita - única razão para explicar que os objectos de schumacher também lá pertençam - e é, para mim, a súmula do que deve ser um super-herói: o avatar do deus humano. para quem ainda não sabe, Batman não possui super-poderes. ele próprio é o super-poder. nolan não é suficientemente bom para carregar esta dimensão mítica na obra - são necessárias imagens específicas para esse fim e este filme é muito económico e pragmático para isso, apesar da sua longa duração; gostaria de ver o que um clint eastwood inspirado faria com o cavaleiro das trevas -, mas, como disse antes, separemos o filme do monstro.
e o que é melhor neste filme? desde logo, o som. esta é uma das grandes razões para se ir ao cinema hoje em dia e a banda sonora deste filme prova-o. depois, a duração. sim, é comprido, mas precisa desse tempo todo para nos fazer sentir devidamente as personagens, sobretudo Jim Gordon/Gary Oldman. depois, os actores. Heath Ledger, Gary Oldman, Maggie Gyllenhaal e Michael Caine. uma das coisas boas que o filme fez foi dar um pouco mais de tempo a Oldman e a Caine, e se Maggie não é uma Megan Fox, ainda bem. quanto ao falecido Ledger, digamos que criou um dos melhores vilões da história do cinema, adoraria tê-lo visto no arkham asylum. depois, mesmo que tangencialmente, o confronto entre a Seriedade de Batman e o Riso do Joker. se Aristóteles tivesse mesmo escrito um tratado sobre o poder do humor e do riso, o Joker teria sido um dos seus mais ávidos leitores - o seu riso mina as delicadas e tortuosas construções morais e só se aguentam as que são tão genuínas na sua obsessão como ele. é pena os diálogos não estarem à altura do desafio ontológico, mas compreende-se: afinal este filme sombrio e aparentemente niilista é para consumo das massas. apenas parece niilista porque aparentemente ninguém ganha, mas afinal é optimista porque soube entrever a natureza do super-homem (não desse, do outro) e ainda bem que ele existe (ou não).
por outro lado, é sempre gozado lembrar que o Batman é interpretado por quem já foi Patrick Bateman.
mensagem final, se ainda não perceberam:
se só virem um filme na vida
... vejam o Citizen Kane.
mas se virem pelo menos dois, considerem este. prova de morte, de quentin tarantino e basicamente toda a obra editada de russ meyer, eram na realidade prolegómanos à parábole hiperbólica existencialista que uma exegese exigente revela por entre os fotogramas deste muito perceptível devir da imanência que dá pelo nome (mas o que é um nome, afinal?) de bitch slap.
um fluxo de imagens redundantes em maré viva, bitch slap é o novo paradigma do palimpsesto desconstrutivista, numa demanda pela abolição da influência psicanalítica do conceito de culpa aquando do assombro ressentido pela contemplação despudorada de pares de mamas tão perfeitos, no meio de explosões tão ruidosas provocadas por armas tão grandes.
absolutamente a não perder o documento bitch slap 101, que nos guia por entre os meandros herméticos deste herdeiro de referentes visuais tão ponderosos como faster, pussycat! kill! kill! ou o celebérrimo les pétroleuses, para benefício do homem pensante.
mas se virem pelo menos dois, considerem este. prova de morte, de quentin tarantino e basicamente toda a obra editada de russ meyer, eram na realidade prolegómanos à parábole hiperbólica existencialista que uma exegese exigente revela por entre os fotogramas deste muito perceptível devir da imanência que dá pelo nome (mas o que é um nome, afinal?) de bitch slap.
um fluxo de imagens redundantes em maré viva, bitch slap é o novo paradigma do palimpsesto desconstrutivista, numa demanda pela abolição da influência psicanalítica do conceito de culpa aquando do assombro ressentido pela contemplação despudorada de pares de mamas tão perfeitos, no meio de explosões tão ruidosas provocadas por armas tão grandes.
absolutamente a não perder o documento bitch slap 101, que nos guia por entre os meandros herméticos deste herdeiro de referentes visuais tão ponderosos como faster, pussycat! kill! kill! ou o celebérrimo les pétroleuses, para benefício do homem pensante.
era uma vez no hiperespaço...
é por causa destas e doutras que adoro sites de estimulação lúdico-compulsiva como o io9: a capacidade de fazer coisas que eu teria gostado de fazer, até eventualmente tive a ideia de fazer um dia, mas que nunca, nunca acabaria por fazer, obviamente - o meu software pré-instalado jamais o permitiria. a ideia de seleccionar algumas das melhores frases de abertura de livros de ficção-científica é tão boa como pão branco espesso acabado de sair do forno barrado com manteiga fresca que desliza um bocadinho com o calor, o aroma a fundir-se com o gosto ligeiramente salgado, enquanto nos espreguiçamos à mesa de madeira sólida que domina o pequeno pátio de pedra que dá para o mar aflitivamente azul, nos primeiros momentos de pleno sol que ilumina através da janela aberta os lençóis de desalinho entre o seu corpo ainda calçado adormecido.
ou quase tão boa.
anyway, estas são as sereias que nos engodam e hipnotizam - ou não (às vezes traem-nos miseravelmente, pois todos os valores de produção foram gastos nestas prima donas e o restante elenco foi contratado em partes de trás de caixas de cereais ou, pior ainda, em drafts recusados de discursos de autarcas). uma primeira frase só tem uma hipótese, uma vez, uma deixa, uma chance, uma tentativa. se falhar a sua missão, pode estar a pôr em perigo de indiferença letal as suas milhares de irmãs lá dentro, no escuro das páginas por virar, todas e cada uma à espera do seu momento ao sol (ou candeeiro, ou vela, ou lanterna, ou led). imagina-se o stress. mas quando têm sucesso... são uma verdadeira areia movediça hormonal, um maelstrom sensorial que nos arrasta inexoravelmente para as paisagens da mente do injusto escriba (injusto porque tanto talento logo ao princípio não nos dá grande hipótese de fuga e lembra-nos porque é que estamos deste lado do livro). o desafio é ainda mais vasto por se situar no planalto intelectual e linguisticamente depurado da f-c, conhecido pela sua exigência - e incapacidade de atrair humanas não estimuladas lúdico-compulsivamente. exemplos:
"The sky above the port was the color of television, tuned to a dead channel."
"He woke, and remembered dying."
"Billy Pilgrim was unstuck in time."
"'I've watched through his eyes, I've listened through his ears, and I tell you he's the one.'"
deixo-vos a invejável tarefa de descobrirem a quem pertencem (porque sei que lido com ignaros) quando lerem o artigo e respectivos comentários. que vos faça ler também o raio dos livros.
bambi, bimbo, daffy e o boing-boing original
numa época em que os filmes de animação são blockbusters - e em que os blockbusters mais parecem desenhos animados -, conformando-se às regras normalizadoras do mercado alargado, eis alguns exemplos de como a imaginação (que não necessariamente a tecnologia) dá a mão à narrativa numa série de viagens ao país das maravilhas - a única regra sendo aparentemente não haver regras. que bom ver desenhos animados que parecem desenhos animados! wanna be a member?
tio vânia
conheci Vania Zouravliov através da impoluta Filth, revista porno mas gráfica, sob o seu nom de plume Uncle Vania, onde assinava a arte e as histórias, nos idos de 2000. eis que ressurge agora com renovado vigor artístico, pronto para lançar o seu primeiro livro (intitulado, curiosamente, Vania) e até se digna a pronunciar-se sobre Borisov-Musatov, Rei Kawakubo, lolitas perversas, sexualidade e a morte em geral. refira-se que o rapaz foi precoce, expondo fora da sua rússia natal aos 13 anos, gosta seriamente de música, foi acusado de ser inspirado pelo Diabo (duh) e trabalhou com a Fantagraphics e com a National Geographic, entre outras (a Erotic Review Books, por exemplo).
batman: ano zero
tal como os leitores mais arcanos deste blob já sabem, sou senhor de alguma afeição pelo cavaleiro das trevas e por conseguinte não me contive a assinalar o melhor comentário que vi a um filme que ainda não vi (na verdade, a dois). arguto, sincero e conhecedor, o artigo talvez mereça ser lido antes e após o visionamento do(s) objecto(s) fílmico(s), para esclarecimento e engrandecimento mental das hostes. porque é justamente sobre a mente de batman que se fala: a sua arma mais temível e que é tão ignorada pela voragem do fluxo imagético. ao contrário das percepções mais correntes, não são os gadgets ou a preparação física que fazem de batman um super-herói, mas a sua inteligência ao serviço de uma vontade férrea e de uma visão, bem, sombria, mas sempre genial. a sua capacidade de contemplação mais do que a sua habilidade para a acção.
mais uma vez se confirma: a velocidade pode matar.
>"Nolan has dropped the ball on one of the most compelling ideas comic books have established about Gotham City's most famous resident: that his heroism doesn't come from his batarangs and right hook, but from his magnificent, brooding mind."
>"Arguably, he's totally insane -- or maybe he's "super-sane," a person whose mind has adapted to bizarre and painful circumstances in radical but very useful ways. And it's Batman's mind that's at the core of the best stories about him."
>"In a story about the relationship between madness and a detective's logic, which is what most of the best Batman stories are, the reader's own mind has to be given room to work, gazing at pictures and working out what happens in the space between panels."
mais uma vez se confirma: a velocidade pode matar.
>"Nolan has dropped the ball on one of the most compelling ideas comic books have established about Gotham City's most famous resident: that his heroism doesn't come from his batarangs and right hook, but from his magnificent, brooding mind."
>"Arguably, he's totally insane -- or maybe he's "super-sane," a person whose mind has adapted to bizarre and painful circumstances in radical but very useful ways. And it's Batman's mind that's at the core of the best stories about him."
>"In a story about the relationship between madness and a detective's logic, which is what most of the best Batman stories are, the reader's own mind has to be given room to work, gazing at pictures and working out what happens in the space between panels."
a minha nota tem mais zeros do que a tua
numa nota trágico-cómica, o bando, digo, banco central do zimbabwe, anteriormente conhecido como país, acaba finalmente de introduzir no mercado as notas de 100 biliões de dólares.
já era tempo, pois só com as de 500 milhões, 25 biliões e 50 biliões não se conseguia comprar nada de jeito. agora, a nova nota já permite comprar 4 laranjas de uma vez.
esta iniciativa ingloriosa tem como objectivo combater a falta crónica de liquidez que grassa na região devido ao valor ligeiramente elevado da inflação, uns meros 2,2 milhões percentuais.
duas notas finais: estudantes de Economia, aqui têm uma invulgar ilustração da desvalorização do dólar para compararem com o marco do pós-guerra nas vossas tertúlias inflacionistas; e eternos detractores do luso canto, párem de se queixar do preço do sumo de laranja natural, ok?
belas imagens antecedidas de um texto supérfluo
ultimamente não me tem apetecido escrever muito, talvez porque o acto de pegar numa caneta que não esteja com a tinta seca e encostá-la ao ecrã para registar o que quer que a minha actividade neuronal me compila a brotar não é tão fácil como possa parecer.
não é tanto o facto dessa minha actividade consistir apenas no sonho húmido e perpetuamente interrompido do único neurónio que me resta, tal wall-e abandonado nos escombros do que foi outrora um campo cinzento esponjoso verdejante, mas mais a cena de ser difícil escrever algo interessante ou que valha a pena ser escrito. até, vamos lá, inteligente. custa para caramba. e mesmo quando se tem a sorte de se ser bafejado pelo hálito de bailey's da moça aspiradora, deparamos com o grande dilema, como a ripley diante da rainha-alien: e se não formos compreendidos? e se também não existe actividade neuronal do outro lado do vidro alheio? e se tudo, tudo, tiver sido em vão? de escada ou não, a dúvida persiste. será que alguma coisa vale a pena? será que tranquei a porta do carro? será que a sara no saara sarará? e é por essas e por outras que prefiro calar-me e nada dizer, proferir ou berrar. já basta o tempo que as pessoas de bem perdem a ler merdas sem sentido nenhum na internet.
tenho de desenhar a linha nalgum lado (em inglês fica melhor).
e para não ficarem de olhos a abanar, tomem lá estes três dípticos (o que dá seis quadradinhos) do Fabrizio Ferri dedicados à única forma de motivação que se encontrou para os homens continuarem a procriar - e não só, mas também.
não é tanto o facto dessa minha actividade consistir apenas no sonho húmido e perpetuamente interrompido do único neurónio que me resta, tal wall-e abandonado nos escombros do que foi outrora um campo cinzento esponjoso verdejante, mas mais a cena de ser difícil escrever algo interessante ou que valha a pena ser escrito. até, vamos lá, inteligente. custa para caramba. e mesmo quando se tem a sorte de se ser bafejado pelo hálito de bailey's da moça aspiradora, deparamos com o grande dilema, como a ripley diante da rainha-alien: e se não formos compreendidos? e se também não existe actividade neuronal do outro lado do vidro alheio? e se tudo, tudo, tiver sido em vão? de escada ou não, a dúvida persiste. será que alguma coisa vale a pena? será que tranquei a porta do carro? será que a sara no saara sarará? e é por essas e por outras que prefiro calar-me e nada dizer, proferir ou berrar. já basta o tempo que as pessoas de bem perdem a ler merdas sem sentido nenhum na internet.
tenho de desenhar a linha nalgum lado (em inglês fica melhor).
e para não ficarem de olhos a abanar, tomem lá estes três dípticos (o que dá seis quadradinhos) do Fabrizio Ferri dedicados à única forma de motivação que se encontrou para os homens continuarem a procriar - e não só, mas também.
watch it
vai ser impossível ignorar este filme, dado que pretende ser uma adaptação de um dos melhores livros do século XX e que é realizado por Zack Snyder, responsável pelo 300. o livro de Alan Moore e Dave Gibbons mudou a história dos comics e, francamente, precisava tanto de ser adaptado ao cinema como a Crítica da Razão Pura, mas agora que o feito está feito, resta ver se ficou bem feito. em 2009.
como se veste a mãe de londres
mother of london é mildred, uma designer nascida na américa e que também assina as peças da yungfuktoi. co-criadora da excelente revista/blogue coilhouse, tem uma boa atitude e um gosto retro-perverso neo-punk gótico que, francamente, me excita. uma rapariga moderna, em suma.
o mundo a andar à volta
will pearson é inglês e é especialista em fotografia panorâmica. estamos a falar de 360º e também estamos a falar de mover o cursor devagarinho para não ficarem tontos.
cliquem em interactive e enjoy the ride.
nunca mais vão querer ver desertos e sessões de moda de outra maneira.
poluição causa mulheres
eu já desconfiava.
a política do medo gerada pela conversa toda sobre a destruição do meio ambiente, a porrada desportiva nas focas-bebé, o aquecimento global, a gordura fazer mal, salvar baleias, ser mau ter um hummer, mandar abaixo umas árvorezitas na amazónia, as bebidas light e bifidus, o tabaco fazer mal, as revistas femininas, os jornais desportivos, os jornais em geral, o plano nacional de leitura, a mania dos blogues, condenar os jogos-vídeo ultra-violentos, as modelos nuas da peta, usar preservativo, não passa tudo de uma vasta conspiração perpetrada pelo género feminino. elas vêm aí. sinto-me um bocado como o yorick.
porque afinal, a poluição está do lado delas. e, claro, elas vão ganhar.
não sei se ria ou se chore.
a política do medo gerada pela conversa toda sobre a destruição do meio ambiente, a porrada desportiva nas focas-bebé, o aquecimento global, a gordura fazer mal, salvar baleias, ser mau ter um hummer, mandar abaixo umas árvorezitas na amazónia, as bebidas light e bifidus, o tabaco fazer mal, as revistas femininas, os jornais desportivos, os jornais em geral, o plano nacional de leitura, a mania dos blogues, condenar os jogos-vídeo ultra-violentos, as modelos nuas da peta, usar preservativo, não passa tudo de uma vasta conspiração perpetrada pelo género feminino. elas vêm aí. sinto-me um bocado como o yorick.
porque afinal, a poluição está do lado delas. e, claro, elas vão ganhar.
não sei se ria ou se chore.
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