ultimamente não me tem apetecido escrever muito, talvez porque o acto de pegar numa caneta que não esteja com a tinta seca e encostá-la ao ecrã para registar o que quer que a minha actividade neuronal me compila a brotar não é tão fácil como possa parecer.
não é tanto o facto dessa minha actividade consistir apenas no sonho húmido e perpetuamente interrompido do único neurónio que me resta, tal wall-e abandonado nos escombros do que foi outrora um campo cinzento esponjoso verdejante, mas mais a cena de ser difícil escrever algo interessante ou que valha a pena ser escrito. até, vamos lá, inteligente. custa para caramba. e mesmo quando se tem a sorte de se ser bafejado pelo hálito de bailey's da moça aspiradora, deparamos com o grande dilema, como a ripley diante da rainha-alien: e se não formos compreendidos? e se também não existe actividade neuronal do outro lado do vidro alheio? e se tudo, tudo, tiver sido em vão? de escada ou não, a dúvida persiste. será que alguma coisa vale a pena? será que tranquei a porta do carro? será que a sara no saara sarará? e é por essas e por outras que prefiro calar-me e nada dizer, proferir ou berrar. já basta o tempo que as pessoas de bem perdem a ler merdas sem sentido nenhum na internet.
tenho de desenhar a linha nalgum lado (em inglês fica melhor).
e para não ficarem de olhos a abanar, tomem lá estes três dípticos (o que dá seis quadradinhos) do Fabrizio Ferri dedicados à única forma de motivação que se encontrou para os homens continuarem a procriar - e não só, mas também.