pode não parecer à primeira vista, mas estamos em pleno período de decomposição. aos poucos, estamos a ser decompostos em informação e a deixar um rasto - que é farejado, seguido e usado por terceiros, desconhecidos ou não, com boas ou más intenções. a pretensa sociedade da informação faz-nos crer que não somos mais que a soma das nossas partes, ou seja, que podemos ser reduzidos a partículas de informação diversificada. a sombra virtual que projectamos está a tornar-se cada vez mais importante na aferição que outros fazem de nós e implicitamente na sua interferência na nossa vida. ou seja, "quem" somos para os outros tem a ver com a quantidade (e qualidade) da informação que deixamos atrás de nós. mas esse "rasto" também é nosso, faz parte da nossa identidade e por isso deve ser protegido. coisa que está a deixar de acontecer, dando nós por isso ou não. cada vez mais temos de ser estrategas da nossa própria aleatoriedade, se nos queremos manter relativamente livres. tudo isto a propósito deste excelente (e curto, vá) artigo, ainda na wired.
"We all have shadow selves living in the data banks of hundreds of corporations' information brokers -- information about us that is both surprisingly personal and uncannily complete -- except for the errors that you can neither see nor correct. What happens to our data happens to ourselves."
"Who controls our data controls our lives."
" (...) most people either don't realize the extent their privacy is being violated or don't have any real choice."
1 comentário:
resta-nos deixar a nossa marca na interacção directa com o outro, que nada mais é que um outro "eu". essa é parte do contexto. o ele/eu é parte do contexto. só isso nos pode resguardar da angústia de não sermos mais do que a informação que deixamos, vasculhável, adulterável, decomponível e descontextualizável.
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